“Imaginem só, pô-lo no mesmo rol dos que, no poder, só pensam no seu comodismo, em vida farta e pouco recomendável. Foi o que se entendeu, feita a leitura de tal reportagem. É que Munhoz não soube fazer demagogia, nem lançar pedras fundamentais, com banda de música e champanha. Mas só a estrada oficial que serve o norte do Paraná bastaria para inutilizar o que dele foi dito. E o que é melhor, muito melhor: não há uma só viúva, um só órfão, uns só pai sem filhos, uns mutilado sequer, clamando por vingança. Não houve favoritismo, doação de terras para afilhados, nem cangaço, ou braços cruzados diante de roubos e falcatruas. E atente-se para o fato de ele não ter fortuna, como muitos que campeiam por esse Brasil afora e que em um ano conseguem no poder o que não se consegue com cem anos de trabalho”, escreveu.
Fonte: Revista O Cruzeiro - Julho / 1956 - Foto/Montagem: José Ângelo Rigon