"eu defenderei até a morte o novo por causa do antigo e até a vida o antigo por causa do novo.
O antigo que já foi novo é tão novo como o mais novo."
Augusto de Campos (Verso, reverso, controverso)

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Intervalo comercial: SOMACO S/A

Anúncio muito interessante da Somaco S.A. publicado na década de 1960.
Clique na imagem para ampliar.

Fonte: Revista Norte do Paraná - meados dos anos 1960 - Acervo de J C Cecilio

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Tributo a Lukas

Este blog faz uma singela homenagem ao cartunista Lukas que muito nos divertiu e continuará a nos alegrar a cada releitura (como dizia, "eu si divirto!!!") - Procurei resgatar os mais antigos cartoons de meus arquivos.

publicado em 29/06/2000 - O Diário

publicado em 30/01/2000 - O Diário

publicado em 30/01/2000 - O Diário
Fonte: Todas as imagens são de autoria do cartunista Marcos Cesar Lukasewigz, o Lukas
           (todas publicadas no jornal O Diário do Norte do Paraná em 2000 - Maringá, PR)

Américo Dias Ferraz: A liberdade

Após 5 anos de prisão, iniciada em São Bernardo do Campo, no estado de São Paulo, o ex-prefeito Américo Dias Ferraz está de volta a Maringá. Ao ser abordado por um repórter, ele já dizendo:
- Por favor, menino, não vamos recordar coisa ruim !
"Apenas temos a dizer aos leitores que Américo, um dia, num momento de violenta crise emocional, apertou o gatilho deu aquele tiro que lhe custou uma sentença de 14 anos de reclusão, que, por seu bom comportamento, foi reduzida par 10, dos quais ele cumpriu 5, sendo posto em liberdade no dia 26 de agosto deste ano."
Américo voltou a Maringá para ver como andava seu prestígio. Chegou de madrugada e começou a chorar desde que viu, de longe, as luzes da cidade e as silhueta dos prédios:
- Deus! Como cresceu isto aqui!
O ex-prefeito, antes de mais nada, quis dar um passeio, de rua em rua, de praça em praça, de bairro em bairro, vendo aquilo que foi feito durante sua ausência. Sua primeira manifestação:
- Sou muito agradecido aos prefeitos João Paulino e Luiz de Carvalho - , porque eles fizeram tudo o que eu gostaria de ter feito em Maringá.
AMIGOS:
Chegou o momento do teste. Américo desceu do carro e passou a andar a pé. Velhos amigos logo o reconheceram e vieram abraça-lo com alegria espontânea:
- É  o Américo, ele voltou! Está a mesma coisa...
De fato era o mesmo Américo de sempre: barulhento, gestos largos, sorriso aberto, vocabulário característico. Apenas os cabelos embranqueceram ligeiramente:
- Mas estou em plena forma! Bom de tinir!
Cada velho conhecido era uma festa. Convites para almoços, convites para jantares, convites para cafezinho.
O homem sentiu-se completamente absolvido, feliz da vida, contente em ter de novo o carinho de seu povo, da gente simples que ele conheceu desde o pioneirismo, dos amigos que foram multiplicados pela mesma política que tanto prejudicou sua vida de empresário.
SAUDADES:
Então Américo, meio chorando, meio sorrindo, começou a debulhar saudades. Lembrava de quando chegou a Maringá, no começo da cidade. Veio pobre de Minas Gerais. Vendia frango e pastéis e pregava leilão em frente da Igreja. Depois juntou um dinheirinho, e outros dinheirinhos até que pode lançar-se no negócio do café e cereais, que fez dele um dos homens mais ricos do Paraná.
CANDIDATO:
No meio da conversa, veio também a lembrança de como Américo se candidatou a prefeito. Faltavam apenas 45 dias para as eleições de 1956. Estavam lá registrados quatro candidatos:  Haroldo Leon Peres, Gerardo Braga, Ângelo Planas e Otávio Perioto. Tudo indicava uma grande vitória de Haroldo.
Mas Américo não quis saber de nada. Resolveu ser candidato, registrou-se para concorrer e mandou brasa.
A cidade, no final da administração Villanova Júnior, estava cheia de buracos, as ruas em pandarecos. Pois o novo candidato tirou dinheiro do próprio bolso, comprou uma grande motoniveladora e mandou consertar as ruas. Aquilo foi um estouro!
Por sorte dele, um de seus adversários resolveu chamá-lo de "candidato dos violeiros" . Foi a deixa que ele esperava. Américo subiu no palanque com uma viola a tiracolo, explorou da melhor maneira possível sua condição de "candidato dos violeiros" e as urnas cantaram: vitória de Américo Dias Ferraz.
PREFEITURA:
Como chefe do executivo municipal, não mudou em nada o seu jeitão de mineiro extrovertido. Tratou logo de  começar a pavimentação da cidade, mandou fazer jardins, ele fez uma fonte luminosa e quase levantou mais duas, começou a construir a Estação Rodoviária, abriu diversos poços para solucionar os problemas de emergência no abastecimento de água e realizou várias obras importantes.
COLÔNIA ABERTA:
Tendo passado por três tipos de prisão, Américo esteve ultimamente numa Colônia Aberta de Baurú, onde se faz uma avançada experiência em matéria de penitenciária. Ali, o preso trabalha, sente-se dentro de uma quase sociedade, tem diversões, experimenta a sensação de que está sendo tratado como uma criatura humana e de que os carcereiros são mais amigos do que policiais. Diz ele que deveria haver mais colônias abertas no Brasil, "porque é a melhor maneira de recuperar para ao sociedade um homem que tenha  sido indigno desta sociedade".
PROMESSA:
O ex-prefeito havia feito uma promessa: assistir uma missa na Catedral de Maringá, logo que recuperasse a liberdade. Cumpriu a promessa no primeiro domingo que passou em sua cidade.
Naquele instante, em seu diálogo com Deus, todo o sentimento de um homem ficou expresso na eloquência das lágrimas que escapuliram de seus olhos.
Américo reza na Catedral e agradece a fé que o suportou na amarga experiência  da prisão
Fonte:   Revista  Novo Paraná -  Setembro de 1967.  - Acervo J C Cecilio



domingo, 28 de agosto de 2011

Américo Dias Ferraz: Crime e Castigo

 Américo: 5.000 dias sem sol
O segundo ex-prefeito de Maringá Américo Dias Ferraz, após cometer crime contra um diretor da Simca do Brasil S.A., em São Bernardo do Campo, SP, em 1962, é entrevistado aqui por Wilson Silva da revista NP em julho de 1963. Em sua cela, até privilegiada, é descrita pelo reporter: "No peitoril da janela, há um nicho com a imagem de N.Sra. Aparecida, Na mesa, tinteiro, grampeador, bata-borrão, regua, cinzeiro e um par de maços de cigarrro. Os vidros das janelas da delegacia, pintados de cinza-fosco. O ambiente ali dentro é calmo e tranquilo, a cama de ferro, modesta e limpa. Há um armário de poucos livros bem manuseados, o assoalho foi varrido e encerado recentemente."  Na delegacia, Américo era o entregador oficial de refeição aos demais presos  (foto 2).
Américo "apanhou um cigarro sobre a mesa, enquanto eu lhe oferecia a chama do isqueiro, olhei-o bem dentro dos olhos. O impacto da condenação transformou Américo radicalmente. O sentira violento o peso da justiça.
Ao adentrar o Fórum, Américo o fizera em passos calculados, expressão séria e confiante. Durante o julgamento era um homem introspectivo e impassível. Os soldados da guarda, lado a lado, pareciam mais interessados no veredito que o próprio réu. Mas aquele homem na minha frente que aspirava um cigarro em longas baforadas, era Américo como ele é: aquele que abatera com 3 tiros certeiros o diretor da Simca, René Jean Roig, no clímax de uma discussão."
WS -  Américo como é que está se sentindo?
ADF - Como você espera que eu me sinta? São 14 anos de cadeia. Foram 4 votos contra 3. Que acha disso? Os jurado s quiseram assim. Eu confio na Justiça de Deus e dos homens. Estou arrependido do que fiz mas na hora eu perdi a cabeça. Eu ia naufragar sabe? Ia ficar a zero.
WS - Por que atirou em Roig?
ADF - Eu só me lembro que ele me chamou de vigarista no topo da discussão.
Eu gritei: vigarista é o senhor! Ao me aperceber que já havia disparado 3 tiros. Ele caiu e eu saí da sala com revólver na mão e mandei chamar a polícia. Em verdade não esperava que a coisa terminasse desse jeito.
WS - Mas o senho já fora à Simca com o revólver, não é?
ADF - Já. Quase sempre andei armado, mas acostumara a resolver problemas enormes com bom senso, calma e equilíbrio. Não pensa jamais em sacar a arma. De repente, aquela discussão  pareceu assunto de vida e morte, para mim. Os tiros foram uma sucessão tão rápida, que ao terceiro, eu queria acordar, sabe? Parecia que aquilo não era comigo, que era antes um sonho. Depois com aquele corre-corre, eu sentado naquela cadeira na seleta sala ao lado do gabinete do Roig, fui medindo a consequência do ato. 
WS - Em seguida você foi recolhido à cadeia de São Bernardo, e depois?
ADF - Fui bem tratado. O investigador, a quem entreguei a arma logo após o crime, é hoje meu amigo. Durante todo o tempo que estive preso sempre gozei de liberdades possíveis a um homem na minha situação. Sou o "pagador de xepa", isto é, quem distribui a comida nas celas. Faço faxina, ouço rádio e leio. Já recebi mais de 1000 visitas, aqui na cadeia. Até D. Jaime, Bispo de Maringá já veio me visitar. Calor humano nunca faltou aqui dentro. E fé eu tenho sempre. Você já viu me oratório de Nossa Senhora Aparecida?
WS - E a tua família?
ADF - É a grande ausência que sinto mas nunca ela me faltou em amor e esperança. E dizer que pus minha família em risco por causa de uma concessão de revenda de automóveis!
WS - Para onde irá agora?
ADF - Ainda não sei, meus advogados vão apelar. Mas, Wilson, sabe onde gostaria de estar, agora?
WS - Diga.
ADF - Queria que fosse a manhã de 24 de julho de 1962, no Bar Colúmbia, em Maringá e não no escritório do Roig, em São Bernardo. Queria puxar do bolso um maço de cigarros para um amigo e não um "38" para matar um homem. Queria estar lá e não aqui. Queria voltar com você...
Conclui, Wilson:  "A mão esquerda esconde os olhos do homem que chora. Eu com um nó na garganta, também, tomo nota, disfarçando a emoção com a esferográfica. Américo Dias Ferraz levantou-se calado e cabisbaixo; nem uma palavra mais. O vulto recortado nos batentes, entreparou um instante, de costas para mim. Ensaiou para dizer qualquer coisa, mas não disse. Deu o primeiro passo no corredor, um corredor de 14 anos de comprimento. A porta gradeada no pavilhão de celas rangeu nos gonzos  e Américo Dias Ferraz entrou no estranho mundo dos homens sem amanhã ..."




Fonte:  Revista Norte do Paraná  - Julho de 1963 - Reportagem:  "Américo: 5.000 dias sem sol"
           (Acervo de J. C. Cecilio)



quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Santo de casa faz milagres: Clodimar Lô


Muito além do criterioso poder do Vaticano, os santos populares conquistam a devoção de milhões de católicos pelo Brasil afora, principalmente onde eles viveram ou foram enterrados. Assim começou esta devoção com Clodimar Lô, o menino de 15 anos que foi cruelmente torturado e morto por policiais de Maringá em novembro de 1967. Milhares de pessoas prestam culto e cumprem promessas, para ter graças na cura de doenças, melhoria nas  finanças, bom emprego, felicidade no amor, sucesso nos estudos etc, tudo em nome de Clodimar Lô. Por tudo isso ele é considerado um santo popular. Durante todo o ano, em particular no dia de Finados seu túmulo que fse localiza no Cemitério Municipal de Maringá,  fica totalmente tomado por velas, vasos de flores, coroas, bilhetes de agradecimentos por graças recebidas e por novos pedidos de milagres. Clique nas imagens para ampliar.

Fonte: Revista Leituras da História - (quadro de Santos Populares)
Foto:   Revista NP, 1967 - Acervo Pessoal de J. C. Cecilio

1963: Governador Carlos Lacerda em Maringá

O então governador da Guanabara, Carlos Lacerda esteve visitando Londrina e Maringá no dia 7 de junho de 1963 o convite foi da Associação de Diretores de Vendas do Brasil, sessão Londrina. Centenas de políticos, empresários e populares o receberam em ambas cidades do Norte do Paraná.
Em abril de 1968, Carlos Lacerda este novamente em Londrina e Maringá, pregando a "Frente Ampla", reunindo milhares de pessoas em comícios que marcaram época no Brasil.
Sobre a "Frente Ampla":
Em 1966, o jornalista e ex-governador lançou a "Frente Ampla", um dos mais destacados líderes civis do golpe militar de 1964, Lacerda foi aos poucos sendo alijado do centro das decisões. Em outubro de 1965 o regime militar se consolidou com decretação do Ato Institucional N° 2 que, entre outras medidas suprimiu as eleições diretas para a presidência da República, prejudicando o próprio Lacerda.
Lacerda tentou, sem êxito, estruturar um novo partido, uma vez que a grande maioria do seu partido, a União Democrática Nacional (UDN), principal base de apoio do governo no Congresso, ingressou no novo partido situacionista, a Aliança Renovadora Nacional (Arena). Confirmando seu afastamento dos militares, os deputados da Guanabara fiéis à orientação de Lacerda ingressaram no oposicionista Movimento Democrático Brasileiro (MDB), em julho de 1966.
Em setembro, a imprensa referia-se à formação de uma frente política — batizada de Frente Ampla — reunindo Carlos Lacerda, Juscelino Kubitschek e João Goulart, e seus correligionários. As negociações de Lacerda com Juscelino, cassado em junho de 1964 e exilado em Lisboa, encaminhadas pelo deputado do MDB Renato Archer, avançavam com relativa facilidade, mas com Goulart, desenvolvidas por intermédio do emedebista Armindo Doutel de Andrade, mostravam-se mais difíceis. Cassado pelos militares logo após o golpe, Goulart vivia em Montevidéu.
A "Frente Ampla" foi finalmente lançada em 28 de outubro de 1966, através de um manifesto dirigido ao povo brasileiro e publicado no jornal carioca (de Carlos Lacerda) Tribuna da Imprensa. Assinado apenas por Carlos Lacerda, o documento defendia eleições livres e diretas, a reforma partidária e institucional, a retomada do desenvolvimento econômico e a adoção de uma política externa soberana. Apesar de não ter sido firmado por Goulart e Kubitschek, o manifesto confirmava as negociações entre eles e Lacerda.
Em 19 de novembro de 1966, Lacerda e Kubitschek emitiram a Declaração de Lisboa, na qual afirmavam terem superado as divergências e estarem dispostos a trabalhar juntos numa frente ampla de oposição ao regime militar. Formalizada a aliança Lacerda-Juscelino, impunha-se a obtenção de um compromisso de Goulart. Lacerda admitia que o movimento não ganharia amplitude sem a inclusão da componente popular representada pelos partidários do ex-presidente e pelos sindicatos.
Em maio de 1967, em discurso na Câmara dos Deputados, Renato Archer declarou que a Frente Ampla entraria em recesso por 90 dias, na expectativa de uma melhor definição do recém-instalado governo do marechal Costa e Silva. No período que se seguiu, diluíram-se os apoios da bancada do MDB. No final de agosto, reiterando o agravamento das relações da Frente com o governo, o ministro da Justiça, Gama e Silva, proibiu a presença de Lacerda na televisão. Foi nessa conjuntura de tensão que Archer foi designado secretário-geral da Frente Ampla.
Os contatos com Goulart, mantidos através do deputado Osvaldo Lima Filho e de José Gomes Talarico, evoluíam. No final de setembro, mais de dez meses depois da Declaração de Lisboa, Lacerda firmou em Montevidéu uma nota conjunta com Goulart, na qual a Frente Ampla era caracterizada como um "instrumento capaz de atender... ao anseio popular pela restauração das liberdades públicas e individuais".
Depois da entrada de Goulart, e graças também à maior aceitação por parte dos parlamentares do MDB, deu-se início a mobilizações públicas, com comícios nas cidades paulistas de Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul, em dezembro de 1967, e em Londrina e Maringá, no Paraná, no início de abril de 1968. Esses últimos eventos, reunindo mais de 15 mil pessoas, coincidiram com as manifestações estudantis realizadas em todo o país em repúdio à violência policial que, no Rio de Janeiro, causara a morte do estudante Edson Luís de Lima Souto no final de março.
No dia 5 de abril, por intermédio da Portaria nº 117 do Ministério da Justiça, todas as atividades da Frente Ampla foram proibidas.


Fonte: Imagens da Revista Norte do Paraná - Junho de 1963
Texto de Pesquisa:  Sérgio Lamarão

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

SERM, 1964

O Time mais antigo de Maringá, o SERM (Sociedade Esportiva e Recreativa de Maringá) completava 16 anos em 1964. A sede e campo localizavam-se no Maringá Velho/Zona 5, onde hoje funcionam as instalações do SESI e SENAI. Meus tios e vizinhos do bairro, jogavam lá, muitas peladas como Casados X Solteiros. 


Fonte: Revista Norte do Paraná, 1964.  Acervo de J.C.Cecilio

A Praça mais bonita do Paraná

Praça Napoleão Moreira da Silva,1963
Queda de braço:
Em 1957, o arquiteto mais marcante dos anos dourados de Maringá, José Augusto Bellucci é convidado pela Companhia Melhoramentos Norte do Paraná (CMNP) a projetar uma nova praça onde abrigava a antiga Rodoviária. Em resposta à briga política entre a CMNP e o segundo prefeito, o Sr. Américo Dias Ferraz (prefeito de 1956-1960) após ordenar que os funcionários da prefeitura cortem todas as árvores ali existentes.

A Companhia, acaba presenteando o município com a urbanização da praça. Bellucci projeta a praça com formas geométricas abstratas. A praça Napoleão Moreira da Silva foi inaugurada na gestão do prefeito João Paulino Vieira Filho, (de 1960 a 1964).  Toda a vegetação do paisagismo executado no local foi fornecido pelo Horto Florestal de Maringá, também propriedade da CMNP.

Foto:  Revista Norte do Paraná, 1963 - Acervo pessoal de J. C. Cecilio

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

São Paulo: V Jornada Brasileira de Cinema Silencioso

Está se realizando de 5 a 14 de agosto,  a V Jornada Brasileira de Cinema Silencioso na Cinemateca Brasileira, no bairro da Vila Mariana, em São Paulo.
Já participei das duas anteriores e recomendo para quem estuda ou curte filmes antigos e históricos. Há títulos descobertos e restaurados de películas super interessantes do Brasil e do resto do mundo.
A Cinemateca Brasileira promove a quinta edição da JORNADA BRASILEIRA DE CINEMA SILENCIOSO, evento dedicado aos filmes produzidos desde o final do século XIX até aproximadamente 1930, quando a chegada do som modificou os rumos da arte cinematográfica. Com curadoria geral de Carlos Roberto de Souza, a V JORNADA privilegia novamente uma cinematografia nacional do período silencioso e os trabalhos de preservação dos arquivos de filme de um determinado país. 
Nesta edição, o foco é o cinema silencioso da Itália, que despontou em 1910 e ficou conhecido por todo o mundo. Por esse motivo, Luca Giuliani, diretor do Museo Nazionale del Cinema, será responsável ainda pela conferência inaugural da V Jornada. 
O centenário da chegada do italiano Gilberto Rossi ao Brasil, importante cinegrafista do período silencioso brasileiro, também será tema de um dos programas do evento e de uma exposição fotográfica. 
O evento também celebra os 150 anos de nascimento de Georges Méliès, considerado o criador do espetáculo cinematográfico, com a exibição de alguns filmes de sua autoria. 
O programa JANELA PARA A AMÉRICA LATINA, por sua vez, que se dedica a resgatar pérolas do cinema silencioso do continente, apresenta Garras de ouro, realizado na Colômbia em 1926 por P.P. Jambrina. Considerado o primeiro filme antiimperialista realizado na América Latina, o longa-metragem integra simultaneamente a programação deste mês do CICLO DE CINEMA E PSICANÁLISE – AMÉRICA LATINA SEM FRONTEIRAS. 
Já o tradicional programa DESTAQUES DE PORDENONE, que reúne anualmente filmes apresentados no festival Giornate del Cinema Muto, especialmente escolhidos por Paolo Cherchi Usai, exibe dois filmes franceses e dois alemães. 
A programação inclui ainda dois filmes silenciosos amadores realizados no Rio Grande do Sul já após o advento do cinema sonoro, ambos restaurados pela Cinemateca Brasileira. 
O evento inclui ainda a realização de palestras e mesas de debate e uma sessão especial, no sábado, dia 6, às 20h00, do filme Os Últimos dias de Pompeia, que será projetado na fachada do Auditório Ibirapuera, ao ar livre, com acompanhamento musical da Banda Jazz Sinfônica de Diadema, regida pelo maestro Todd Murphy. 
Todos os filmes da Jornada serão exibidos com acompanhamento musical ao vivo na Sala Cinemateca BNDES e em projeção silenciosa na Sala Cinemateca Petrobras. A curadoria musical do evento é, mais uma vez, de responsabilidade do compositor Livio Tragtenberg, que convidou, dentre outros artistas, as bandas Violeta de Outono e Coração Quiáltera, Max de Castro, Michelle Agnes, Fabio Tagliaferri, Dino Barioni, Antonio Loureiro e Laércio de Freitas.
CINEMATECA BRASILEIRA
Largo Senador Raul Cardoso, 207
próximo ao Metrô Vila Mariana
Outras informações: (11) 3512-6111 (ramal 215)