"eu defenderei até a morte o novo por causa do antigo e até a vida o antigo por causa do novo.
O antigo que já foi novo é tão novo como o mais novo."
Augusto de Campos (Verso, reverso, controverso)

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Ilha Anchieta: Duas tragédias

Recorte do jornal O Estado de São Paulo de 21 de junho de 1952.

Diabo Louro, Sete Dedos, Portuga e Pereira Lima foram alguns dos presos revoltosos e assumiram papéis centrais na trama cheia de terror que tomou conta da Ilha Anchieta em 1952, naquela que foi considerada a maior carnificina da história prisional do Brasil. Cerca de 300 presos amotinados atacaram a guarda de surpresa e tomaram as instalações da ilha.

O levante liderado por esses detentos durou 16 horas, terminou com 16 mortos e algumas centenas de feridos, segundo dados oficiais da época. O número de mortos, porém, passou de 100, de acordo com a Associação Pró-Resgate Histórico da Ilha Anchieta e dos Filhos da Ilha.

Geraldo Fonseca de Souza, vulgo "Diabo Louro", um dos ex-detentos mais perigosos daqueles tempos, foragido da Colônia Correcional da Ilha Anchieta durante a grande rebelião.
Após a fuga, Diabo Louro continuou aterrorizando em muitas regiões do sudeste e sul do país, onde passou seus últimos dias de liberdade e crimes na região do norte do Paraná.

ILHA ANCHIETA

Foi também na mesma Ilha que o ex-vereador maringaense (voltando de reuniões de seu partido (UDN) do Rio de Janeiro) Napoleão Moreira da Silva foi vítima deste trágico acidente aéreo:


Em 10/04/1957 - Douglas C-47A-20-DK - Prefixo: PP-ANX da REAL Transportes Aéreos
Após uma perda de motor em voo noturno e com mau tempo, entre o Rio de Janeiro e São Paulo, o DC-3 prosseguiu para uma tentativa de pouso de emergência em Ubatuba. Perdendo altitude, em condições precárias de visibilidade, a tripulação não se deu conta da rota de colisão com o Morro do Papagaio, a mais alta das duas elevações da Ilha de Anchieta.  Quando viram o terreno, ainda tentaram subir, mas com apenas um motor funcionado, o DC-3 estolou e caiu próximo ao cume. O comandante Igor Konovaloff, o co-piloto Diase o radiotelegrafista Zanagrad morreram, bem como 23 passageiros. Escaparam apenas o comissário Leonardo Steagall, com gravíssimas queimaduras, e mais três passageiros, entre eles uma menina.

Recortes do jornal Folha da Tarde, de São Paulo - grande cobertura do resgate.
Napoleão Moreira da Silva (1952)
Partes da fuselagem e motores espalhados por uma grande área na densa mata atlântica
A menina Marlene Zema (aos 6 anos) resgatada com vida. Reside atualmente no estado de Minas Gerais.

Fachada preservada da sede (hoje administração/alojamento) da Colônia Correcional do Porto das Palmas. A parte das celas estão em ruínas e é apenas um sítio histórico. Aqui também eram recebidos presos políticos e alguns japoneses considerados inimigos da pátria, durante a a 2a. Guerra Mundial.
Atualmente a Ilha é um importante polo de turismo ecológico (sede paulista do Projeto Tamar e ótimo ponto de mergulho autônomo) e histórico. Localiza-se no litoral norte do estado de São Paulo, pertence ao município de Ubatuba. 
 
Fonte:

Rebelião no presídio (1 e 2):   site: Acervo Estadão  (jornal O Estado de São Paulo) de 21 de junho de 1952. 
Acidente aéreo:  Douglas DC-3 imagem e texto (3): site: http://www.desastresaereos.net
Recortes do jornal Folha da Tarde (São Paulo) (4, 6 e 7)  pinçadas do blog http://ubatubense.blogspot.com.br
Napoleão Moreira da Silva (5): revista A Pioneira de outubro de 1952.
Imagens atuais da Ilha Anchieta (7 e 8);  J. C. Cecilio 




quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Sede da U.M.E.S.

Enquanto hoje (2013) se trava uma "guerra" para a recuperação do prédio da UMES, União Maringaense dos Estudantes Secundários, aproveitamos para trazer sua origem e projeto, símbolo dos alunos maringaenses desde a década de 1950.

Início de 1959. Uma grande corrente formada pela diretoria da entidade estudantil, a doação do terreno pela Companhia Melhoramentos Norte do Paraná (CMNP) por intermédio do Dr. Herman Moraes de Barros foi viabilizada a tão querida sede própria da casa estudantil.
A diretoria da UMES era assim composta:
Presidente:  Carlos A. Borges; Vice-presidente: Odorino Silva; Primeiro secretário: José Manoel Ribeiro; Segundo Secretário: Doracy Pagani; Tesoureiro: Munefumi Matsubara.
charge de Nelito Chagas
Em 1958, a entidade promoveu o "Baile da Rainha do Café", onde Regina Cyrino foi eleita a mais linda estudante maringaense. Foi uma das melhores festas daquele ano, onde se arrecadou boa receita para os cofres da UMES. Agora (fevereiro/março de 1959), no lançamento da obra, inicia-se a "Campanha do Tijolo" onde se espera colaboração do comércio, indústria e fazendeiros da região, que terão seus nomes gravados no "Livro de Ouro". A maquete confeccionada pelo pintor Menezes, é exposta no hall do Cine Paraná para grande campanha de divulgação. Outra idéia é que o "Hino dos Estudantes" seja musicado pelo compositor Joubert de Carvalho, autor da canção inspiradora "Maringá". Os sócios da UMES contarão com muitas vantagens, tais como abatimento em médicos, dentistas, cinemas e outros estabelecimentos da cidade.
Placa da futura sede, na Avenida Cerro Azul.
Engenheiro idealizador do projeto Dr. Vicent Luty Kasprowicks, o presidente da UMES, Carlos A. Borges e o repórter de "A Estampa". 
Desenho de Nelson Poppi para o livro "Geografia Regional" de Renato Bernardi.
Fonte:  revista "A Estampa do Norte do Paraná" (março/1958)
           livro "Geografia Regional" de Renato Bernardi  (1964)
           Acervo particular de J. C. Cecilio



quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Mais Jaime: Missão japonesa (1958)

Fonte:  Revista "A Estampa do Norte do Paraná" - Março de 1958
Acervo particular de J.C. Cecilio