"eu defenderei até a morte o novo por causa do antigo e até a vida o antigo por causa do novo.
O antigo que já foi novo é tão novo como o mais novo."
Augusto de Campos (Verso, reverso, controverso)

domingo, 8 de maio de 2011

Música: A Missa de Bernstein


Como o "logo" acima me chamou a atenção (os leitores de Maringá devem imaginar porque) em um CD de Bernstein, resolvi pesquisar.

Leonard Bernstein (1918-1990) - Maestro e compositor.
Seu expressivo modo de reger entusiasmou o público. De 1958 a 1968, dirigiu essa orquestra, tornando-se o primeiro maestro norte-americano formado no seu próprio país. A sua obra mais conhecida é o musical Amor, Sublime Amor (West Side Story), lançado em 1957, em que Bernstein funde o jazz, a música clássica e as canções da moda numa composição rítmica.  Obra musical que foi sucesso na Broadway e Hollywood.

Outra obra, ficou conhecida pela polêmica causada na Casa Branca:  "The Mass". 
A “Missa”, de Leonard Bernstein, é uma peça de teatro musical encomendada por Jacqueline Kennedy para a inauguração do John F. Kennedy Center for the Performing Arts, em Washington. Embora as passagens litúrgicas sejam cantadas em latim, a obra também inclui textos em inglês, escritos por Bernstein, Stephen Schwartz e Paul Simon.
Inicialmente, a reacção dos críticos foi negativa, mas a gravação feita pela Columbia Records foi muito bem recebida pelo público. O elenco original incluía um celebrante, três coros e acólitos. Uma orquestra atuava no fosso, enquanto outros músicos, incluindo uma banda rock e uma banda filarmónica, actuavam e interagiam no palco.
No início, todos os participantes estão em harmonia, como em qualquer missa normal. No entanto, durante a missa, um coro na rua começa a exprimir dúvidas sobre a função da missa e a necessidade de Deus.

Na altura mais emocionante da peça, durante as afirmações contra a guerra do “Dona nobis pacem”, estas dúvidas alastram para o próprio celebrante, que, num ato de sacrilégio, parte a cruz e atira para o chão o pão e o vinho, acabados de consagrar. Os outros participantes caiem ao chão, como mortos, enquanto o celebrante canta uma canção, questionando a sua própria fé, sucumbindo logo a seguir. Tudo se resolve quando aparece um acólito, cantando um hino de louvor a Deus e restaurando a fé dos participantes, que, um por um, se vão juntando ao acólito, cantando um hino de paz e amor universal.
Em 1971, o FBI, que mantinha um arquivo sobre Leonard Bernstein, devido às suas opiniões de esquerda, avisou a Casa Branca que o texto latino desta missa continha mensagens contra a guerra que poderiam causar embaraço ao Presidente Nixon, caso ele assistisse à estreia e aplaudisse. Nixon não compareceu, desculpando-se que a protagonista da noite devia ser Jacqueline Kennedy.

Fonte:  RCB Clássica, Portugal

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